Segundo Thomson (1974), existem sete principais razões da demanda dos transportes pelas pessoas:
  1. a) a heterogeneidade da superfície terrestre , no sentido de que a terra não possui todos os bens e facilidades que as pessoas necessitam. Desta feita a obtenção destes bens ou facilidades só pode ser possível através de um movimento contínuo. Aliado a este facto podemos citar o esgotamento de recursos que obriga as pessoas a deslocarem se de um lado para o outro;
  2. b) a continuidade da sociedade moderna e os seus altos níveis de bem-estar material, que dependem dum grau de especialização produtiva. Para o efeito, a indústria requer uma multiplicidade de insumos que devem ser recolhidos de diversas fontes e, também para permitir o nível necessário de especialização, extensas áreas de mercado devem ser usadas e servidas. Tarefas que só podem se concretizarem com a existência de transportes;
  3. c) a especialização e exploração de economias de escala, que exigem não só técnicas económicas associadas, mas também a automação e manuseamento em massa de mercadorias e matérias-primas;
  4. d) propósitos políticos e militares, o transporte de mercadoria tanto pode permitir uma defesa efectiva das suas fronteiras como também melhorar a coesão política da nação. Além disso, em relação ao exterior o transporte de mercadorias permite a um país dominar quaisquer províncias subversivas e os Estados mais agressivos requerem o transporte para prosseguirem as suas políticas expansionistas. Politicamente, a posse de infra-estruturas de transporte caras (especialmente aviões ou marinha mercante) é também tratado como um símbolo de poder;
  5. e) expansão das relações sociais e os contactos, na medida em que o transporte permite o contacto social, e com ele poderá vir uma maior compreensão dos problemas e atitudes de vários grupos geograficamente distantes;
  6. f) criação de oportunidades culturais, na medida em que permite examinar o tesouro artístico de outros países e explorar os seus próprios espectáculos desportivos, concertos, paradas e feiras que estimulam novas tendências e inovações nas esferas culturais e desportivas; e
  7. g) trabalho, separação geográfica entre o emprego e o laser , na medida em que o transporte permite que as pessoas possam viver e trabalhar em locais distintos e ainda aumenta as opções de estilo de vida abertas para as pessoas, dando-lhes uma escolha entre as localizações residenciais longe das cidades que envolvem a necessidade de ter que viajar, ou as mais próximas dos seus centros de trabalho mas envolvendo jornadas de comutação curta. Assim, o transporte alarga as escolhas de locais às famílias.
Por outro lado, a procura dos transportes está também relacionada à oferta dos transportes. Um serviço de transporte deve ser utilizado no momento do seu pedido, ou então perde- se o seu beneficio. Esta razão torna bastante importante prever a procura com a maior fiabilidade.
Um sistema de transporte requer uma infra-estrutura e um número suficiente de unidades móveis (veículos). Só com a combinação destes factores é que é possível existir um movimento pleno de pessoas e bens. (Dios et al. 2001)
No Município de Maputo, o número insuficiente do transporte público tem levado a um maior uso do transporte semi-colectivo e do transporte não licenciado, vulgo “piratas’’.
Nas subsecções seguintes vamos analisar a questão do transporte público, iniciando por mencionar a sua importância, provisão e os seus problemas económicos.

Referencias
  • THOMSON, J. (1974). Modern transport economics, Harmondsworth, Penguin;
  • DIOS O.(2001). Modelling transport, 3ª ed. Chichester: John Wiley & Sons [Consultado a 12, Maio, 2008,